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Terça, 24 Novembro 2015 22:00

Sessão paralela avalia uso de PrEP

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Quatro palestrantes se apresentaram em Profilaxia Pré-Exposição: evidências para incorporação no Sistema Único de Saúde

A ideia está em mente para o ano que vem – mas qual seria, de fato, a aceitação da profilaxia pré-exposição caso ela já estivesse disponível no Sistema Único de Saúde (SUS)? Para refletir sobre esta e outras questões correlatas, a Sessão PlenáriaProfilaxia Pré-Exposição: evidências para incorporação no Sistema Único de Saúdereuniu quatro palestrantes e suas pesquisas.

A sessão foi realizada na tarde desta quarta-feira (18/11), como parte das atividades do primeiro dia do 10º Congresso de Aids, em João Pessoa, até sexta-feira (20/11), e reuniu especialistas envolvidos com três projetos de PrEP em curso no Brasil. Estes pesquisadores integram o GT criado pelo DDAHV para debater a implementação da profilaxia preventiva no Brasil.

Na palestraImplementação da PrEP Brasil: implementação – um projeto do Sistema Único de Saúde, a pesquisadora Beatriz Grinzstejn, da Fiocruz, apresentou os resultados iniciais da PrEP Brasil, mais importante estudo em curso, no Brasil, para avaliar a aceitação, a viabilidade e a melhor forma de oferecer PrEP (por meio do medicamento truvada) à população brasileira como prevenção ao HIV.

“A necessidade de implementação é fato: não temos dúvida disso”, disse Beatriz Grinzstejn. “A nossa expectativa é que esses resultados possam auxiliar o Ministério da Saúde na implementação da PrEP num futuro próximo”, concluiu.

Para tanto, o estudo incluiu 500 homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e mulheres transexuais – populações mais afetadas pelo HIV no Brasil – com risco de adquirir a infecção, nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. “Felizmente, em dezembro de 2015 o projeto será ampliado por mais um ano, incluindo Porto Alegre e Manaus”, disse a pesquisadora.

Os resultados preliminares da PrEP Brasil oferecem as seguintes conclusões: há alto índice de adesão ao PrEP de HSH e pessoas trans sem experiência prévia com esta profilaxia; há um grande interesse pela PrEP na comunidade HSH; um  ambiente amigável e atividades educativas com foco na população trans são essenciais para garantir o seu acesso à PrEP; a maior utilização da profilaxia entre os de maior risco e com conhecimento prévio sobre a PrEP enfatiza a importância de se estabelecerem estratégias para melhorar a percepção de risco e o conhecimento sobre a profilaxia nas comunidades HSH e trans no Brasil.

COMBINA!– Em seguida, o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Alexandre Grangeiro trouxe reflexões sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) – universalmente disponível no SUS a partir deste ano – na palestraCoorte de pessoas expostas ao HIV por meio de relações sexuais: efetividade dos antirretrovirais na Profilaxia Pós-Exposição - PEP sexual, repercussões na prática sexual desprotegida e organização dos serviços.

Grangeiro trouxe os resultados do Projeto Combina!, que mede os graus de proteção oferecidos pela PEP e pelos métodos preventivos (tradicionais, biomédicos e PrEP). O projeto foi desenvolvido em Fortaleza, Ribeirão Preto, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Quanto ao serviço em si, o estudo revelou a baixa institucionalização da oferta da PEP – que está ainda “fora da rotina”. “Mas quem usa, gosta”, comentou Grangeiro.

O estudo concluiu também que há grande despreparo dos profissionais de saúde quanto a lidar com a população gay; receio entre os usuários de PEP quanto à discriminação pelo uso de antirretrovirais; é grande o risco de interrupção da estratégia; e entre os pesquisados é intensa a descrença quanto aos serviços dos postos de saúde, entre outras considerações.

HORIZONTE- Em Minas Gerais, foi realizado o PrEP Horizonte, que utiliza a “dupla nacional”, a combinação de Tenofovir + Lamivudina, em vez da Emtricitabina (Truvada). O estudo, de fase 1, contou com 40 HSH, que se voluntariaram após participarem de um inquérito epidemiológico quantitativo com 215 HSH.

O PrEP Horizonte foi realizado pelo Projeto Horizonte, que acompanha 577 homens que fazem sexo com homens soronegativos e monitoram sua saúde, visando prevenir o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.

O projeto mineiro foi apresentado nas palestrasAvaliação da aceitabilidade, factibilidade, segurança e adesão à Profilaxia Pré-Exposição – PrEP na prevenção da infecção pelo HIV em coorte de Homens que fazem Sexo com Homens – HSH, de Marise Oliveira Fonseca, com resultados preliminares do estudo PrEP Horizonte, para avaliar a aceitabilidade hipotética e real da PrEP; eAceitabilidade e motivação para o uso da Profilaxia Pré-Exposição – PrEP em Coorte de Homens que fazem Sexo com Homens – HSH: estudo qualitativo, com a pesquisadora Ana Paula Silva, que substituiu Marília Greco.

Fonte: http://www.aids.gov.br/noticia/2015/sessao-paralela-avalia-uso-de-prep