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Domingo, 04 Outubro 2015 21:00

OMS antecipa novo protocolo e recomenda tratar todas as pessoas com HIV, independentemente da contagem de CD4

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Documento defende inclusão da PrEP como mais uma política de prevenção para populações-chave; novas políticas, segundo a OMS, poderão ajudar a evitar mais de 21 milhões de mortes e 28 milhões de novas infecções até 2030

GENEBRA - Qualquer pessoa infectada com o HIV/aids deve começar o tratamento antirretroviral logo após o diagnóstico, o mais rápido possível, anunciou nesta quarta-feira (30/09), a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a recomendação de "tratamento total", a OMS retira todas as limitações sobre a elegibilidade, para terapia antirretroviral (TARV), entre pessoas vivendo com HIV/aids. Todas as populações e grupos etários são agora elegíveis para o tratamento.

A ampliação do uso do tratamento antirretroviral é apoiada por descobertas recentes de ensaios clínicos. Estes ensaios confirmam que o uso precoce do TARV mantém as pessoas que vivem com HIV/aids vivas, saudáveis, e reduzem praticamente a zero o risco de transmitir o vírus aos parceiros. O Brasil já recomenda o tratamento de todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente da contagem de células CD4 desde dezembro de 2013.

A OMS agora recomenda também que as pessoas com risco acrescido de contrair o HIV/aids (aquelas que integram as populações-chave. No caso do Brasil estas populações são gays, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, travestis e pessoas trans) devem ter disponível, no leque de prevenção, o tratamento antirretroviral preventivo. 

Esta nova recomendação baseia-se nas orientações da OMS de 2014, oferecendo uma combinação de medicamentos, antirretrovirais, que previnem o contágio do HIV: tratamento conhecido como profilaxia pré-exposição (PrEP).

Segundo a OMS, a PrEP deve ser vista como uma opção adicional de prevenção, dentro do pacote de prevenção combinada, que inclui o teste regular e no pré-Natal do HIV/aids, uso de preservativos masculino e feminino, o tratamento de outras DSTs, a profilaxia pós-exposição sexual (PEP), políticas de redução de danos e o tratamento antirretroviral. 

Novas recomendações sobre o uso precoce do TARV e a oferta ampliada da PrEP estão contidas no novo protocolo da OMS "Orientação sobre quando iniciar a terapia antirretroviral e sobre profilaxia pré-exposição para o HIV/aids". A nova diretriz salienta que, a fim de implementar efetivamente as recomendações, os países membros terão de garantir que os testes e tratamento para a infecção pelo HIV/aids estarão prontamente disponíveis e que aqueles em tratamento, são suportados a aderir, a esquemas recomendados e são mantidos em terapia.

As recomendações foram desenvolvidas como parte de uma atualização abrangente da "OMS que consolidou as orientações sobre o uso de drogas antirretrovirais, na prevenção e tratamento da infecção do HIV/aids". Esta diretriz de liberação antecipada é compartilhada, a partir de hoje, antes da publicação completa, prevista para ser lançada ainda este ano, por causa de seu potencial no impacto na saúde pública.

Com base nas novas recomendações, o número de pessoas que se tornariam elegíveis para TARV subiria dos atuais 28 milhões para 37 milhões de pessoas, que é o número estimado de pessoas que vive com HIV/aids em todo o mundo. Expandir o acesso ao tratamento está no centro de um novo conjunto de objetivos para 2020, visando acelerar a resposta global ao HIV/aids para atingir a meta de acabar com a epidemia de aids em 2030. Estas metas incluem 90% das pessoas que vivem com o HIV/aids diagnosticadas, 90% das pessoas diagnosticadas em tratamento antirretroviral e 90% das pessoas no TARV com carga viral indetectável.

De acordo com estimativas da UNAIDS, a expansão do TARV para todas as pessoas vivendo com HIV e a indicação de integração da PrEP à prevenção, ampliará a prevenção combinada e poderão ajudar a evitar 21 milhões de mortes e 28 milhões de novas infecções relacionadas ao HIV/aids até 2030.

Acesse aqui a versão online do novo protocolo sobre quando começar o tratamento antirretroviral e as recomendações sobre PrEP da OMS (somente em inglês).

“Com o passar do tempo, nestes 34 anos de epidemia da aids, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia foi apontando que quanto mais cedo a gente começasse o tratamento, maior seria o impacto na qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/aids, na morbidade e na mortalidade. De 2011 em diante, acrescentamos à resposta o componente preventivo do uso de TARV. O novo guia da OMS, depois de extensa revisão da evidência, segue nessa direção, de tratar a todos que tem HIV, independentemente da contagem de cédulas CD4, e deve ser recebido por todos os países do mundo como um passo decisivo nessa história de luta contra a aids. No Brasil, adotamos essa estratégia em 2013, e, desde então, incluímos as pessoas cada vez mais cedo em tratamento, beneficiando nossa comunidade do uso estratégico do TARV. É por isso que encorajamos todos os países a adotarem as novas diretrizes como um passo decisivo no contínuo compromisso global da luta contra o HIV/aids”, afirmou ao site da OMS o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, sobre o novo protocolo.  

NO BRASIL – O país já recomenda o tratamento de todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente da contagem de células CD4 desde dezembro de 2013, quando adotou o atual Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. 

A adoção do novo protocolo melhorou a saúde das pessoas vivendo com HIV no Brasil. Antes do protocolo, o país registrava uma taxa média de CD4 de 265 células/mm3 assim que o paciente entrava em tratamento. Hoje, a taxa média de CD4 é de 419 células/mm3 no início do tratamento. Ou seja, os pacientes estão entrando em tratamento mais saudáveis.

O caso brasileiro foi apresentado como exemplo pela OMS em julho, durante o pré-lançamento do protocolo, no Congresso da International Aids Society, realizado em Vancouver (Canadá). Saiba mais aqui.

Fonte: http://www.aids.gov.br/noticia/2015/oms-antecipa-novo-protocolo-e-recomenda-tratar-todas-pessoas-com-hiv-independentemente-