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Domingo, 19 Junho 2016 21:00

Departamento sedia oficina de jovens lideranças com ênfase em gênero e raça

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Em pauta, as fragilidades que se acumulam nas populações mais vulneráveis ao HIV-Aids


Em continuidade aos esforços iniciados durante os três Cursos de Formação de Jovens Lideranças, realizados no ano passado, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais sediou na terça-feira, 14, aOficina do Grupo de Trabalho de Jovens Lideranças com ênfase em gênero e raça. Em pauta, as fragilidades que se acumulam, no Brasil, nas populações mais vulneráveis à epidemia de HIV/aids.

“A questão da raça-cor é extremamente importante em relação à vulnerabilidade ao HIV/aids”, reiterou a diretora do DDAHV, Adele Benzaken, citando as suas próprias raízes multiétnicas para explicar a motivação por trás de seu longo trabalho dedicado a essas populações mais vulneráveis. Para Adele, no Brasil, o momento é de intensificar o foco nesse recorte raça-cor, valendo-se da metodologia das oficinas com jovens lideranças e de sua enorme capilaridade. “Essas oficinas são um exemplo para o mundo de como lidar com uma epidemia concentrada como a nossa”, disse – acrescentando que o DDAHV trabalha em prol do crescente ativismo dos jovens: “Queremos que levem essa discussão para as suas bases e para todos os recantos deste país”. Adele Benzaken lembrou aos jovens presentes que “a nossa expectativa é muito grande em relação ao trabalho que vocês irão desenvolver no futuro”.

Para Talita Rodrigues, do Coletivo Cara Preta e Coletivo Mangueira, de Pernambuco, é importante dar ênfase à discussão racial, com foco na vivência dos jovens negros. “É uma população que está à margem da sociedade e que precisa ser contemplada e priorizada. Os negros foram historicamente colocados num lugar de vulnerabilidade, e a gente tem dificuldade de sair desse lugar e trabalhar a questão de equidade e de luta contra as desigualdades”, afirmou.

Durante sua fala no painel “Para começo de conversa”, a técnica do Departamento de apoio à gestão participativa do Ministério da Saúde Michelly Silva vê na igualdade a forma viável para conseguir melhores resultados nas ações. “A equidade ancora e aglutina as diferenças, as peculiaridades das diversas populações. Nesse sentido, o diálogo em torno da equidade no campo da saúde significa reconhecer que essas pessoas estão inseridas de formas diversas e diferentes na sociedade brasileira e, por isso, necessitam de diversas ações também diferenciadas, de formas específicas, para atingir a sua necessidade”, afirmou.

A representante do Grupo Temático de Gênero e Raça e Etnia da ONU Ana Cláudia Pereira apresentou os objetivos da Década Internacional de Afrodescendentes, instituída por resolução da assembleia geral da ONU, iniciada em 2015, com vigência até 2024. “Os trabalhos estão em torno do convite às diversas agências da própria ONU e também aos governos e à sociedade civil de todos os países, a fim de que todos se engajem na iniciativa de promoção dos direitos humanos de afrodescendentes”.

A técnica da Coordenadoria de Prevenção e Articulação Social do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais Damiana de Oliveira mostrou dados que expressam os enfrentamentos da população negra quanto aos casos e mortes provocadas pelo HIV/aids. “Quando você faz um recorte racial no número de pessoas que estão afetadas pela epidemia, observa que o maior número de infectados está na população negra. Em números de óbitos por aids no Brasil, a maioria está entre pretos e pardos. Quando você diferencia por gênero entre homens e mulheres, verifica que a população mais afetada é a de mulheres”, detalhou. “Então, a mulher negra sempre tem os piores índices em relação ao HIV, tanto em número de infecções como em óbitos. É preciso, portanto, pensar em ações voltadas para a questão racial.

Assim como os jovens negros, as mulheres negras também pertencem ao grupo específico dos mais afetados”, salientou.

Compuseram também a mesa de abertura do evento o coordenador de Prevenção e Articulação Social do DDAHV, Gil Casimiro; a diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Georgiana Braga-Orillard; e a jovem ativista Tamillys Lirio, representando o Grupo de Trabalho de Juventude Negra – Força Tarefa Zero Discriminação.

Fonte: http://www.aids.gov.br/noticia/2016/departamento-sedia-oficina-de-jovens-liderancas-com-enfase-em-genero-e-raca