Encontro com pessoas com deficiência aconteceu no dia 24 de agosto
A incidência de aids entre as pessoas com deficiência será objeto de grupo de trabalho do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. O compromisso foi assumido durante audiência pública realizada na quarta-feira, 24, na Câmara dos Deputados. A pauta da audiência foi presidida pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Na ocasião, foram debatidas a invisibilidade social das pessoas com deficiência e a importância de sua participação em temas ligados às ações de voltadas ao enfrentamento do HIV/aids. O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais esteve representado pelo diretor adjunto Marcelo Freitas. “É oportuna a chance de conversar sobre isso. Precisamos trazer a discussão para um grupo de trabalho com os representantes das pessoas com deficiência e também ampliar o diálogo com o envolvimento de outros atores”, observou Freitas.
Além da deputada e do diretor adjunto do DDAHV, também participaram da audiência Beto Volpe (escritor e ativista); Stefany Dias da Silva (representante da Rede Jovens de São Paulo); Wenderson Rufino (coordenador geral de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência); Katia Edmundo (diretora executiva do Cedaps – Projeto caminhos da Inclusão: Sexualidade, Aids e Deficiências); e Maria Aparecida Lemos (representante do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas).
Para a deputada federal Erika Kokay, o preconceito e o estigma contra as pessoas com deficiência vai além da ausência de acessibilidade arquitetônica. “As pessoas com deficiência precisam ter direito à participação na promoção de assuntos ligados à saúde”, completou. O requerimento é subscrito pelas deputadas Carmen Zanotto (PPS-SC)e Zenaide Maia (PR-RN).
Durante a audiência, a representante da Rede de Jovens de São Paulo Stefany Dias da Silva ressaltou o estigma quanto à vida sexual das pessoas com deficiência. “As pessoas acham que o jovem com deficiência não exerce a sua sexualidade. Isso nos afasta mais ainda das discussões sobre prevenção às doenças ligadas ao sexo", disse.
Os participantes propuseram outros itens relacionados à prevenção às pessoas com deficiência, tais como o prazo de validade escrito em braile nas embalagens dos preservativos, campanhas de testagem voltadas às pessoas com deficiência e a inclusão de intérpretes de libras nos serviços de saúde. Foi apresentado o Projeto Caminhos da Inclusão: Sexualidade, Aids e Deficiências. "Precisamos levar esses temas para debate e que o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, dia 3 de dezembro, tenha ações conjuntas com as do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, dia 1º de dezembro", observou a diretora da entidade, Kátia Edmundo.
"Precisamos discutir não apenas as vulnerabilidades das pessoas com deficiências, mas também seu conhecimento sobre diferentes ferramentas de prevenção e seu acesso a elas", frisou Marcelo Freitas.